Maquiadores de cadáveres

Talvez uma das profissões mais diferenciadas seja essa: maquiador de cadáver. A sua missão é fazer com que o cadáver tenha uma aparência mais viva! Ok! Muito desconexo essa minha definição (assim como todos os textos que vai encontrar por aqui), mas, basicamente esse profissional atua deixando o seu cliente com uma melhor aparência para a ocasião.

Sem dúvida não deve ser um trabalho nada fácil, e que requer uma sensibilidade muito aprofundada deste profissional, para que o ofereça uma boa experiência, e o seu campo de atuação vai muito além do que iniciei dizendo aqui.

Já se parou para pensar que por natureza podemos ser maquiadores de cadáveres de muitos acontecimentos em nossas vidas? Pense um pouco: Em sua jornada terrestre você já encontrou alguma situação que precisou utilizar desse recurso para dar uma melhor aparência ao que já estava morto? Atenção! A questão aqui não é definir se isso é certo ou errado, o objetivo é promover uma reflexão para pontos que passam sem perceber.

• Quando iniciamos uma prática esportiva por exemplo, como fazer exercício em uma academia, será que estamos maquiando o cadáver de nossa auto estima com séries, agachamentos e corridas sem fim na esteira?
• Se iniciarmos uma vida em busca de baladas e divertimentos noturnos logo após um término de um relacionamento, estaríamos maquiando o cadáver de um sentimento mal resolvido, que preferimos deixar adormecido?
• Quando nos endividamos de forma descontrolada em busca de bens materiais, estaríamos maquiando o cadáver de nossa solidão, em busca de sentir-se pertencente a determinados grupos onde o status é o pré-requisito?

Digo a todos: não consigo definir o que é certo ou errado, essa nunca vai ser a pretensão! Mas refletir o porquê fazemos o que fazemos, é uma forma de nos conhecermos melhor, e ver o quanto podemos ser fascinantes ou não, e enxergarmos o quanto somos a causa e a saída de tudo. Sei que a palavra cadáver não soa muito bem para grande maioria das pessoas! Falamos de ações em vida com uma reflexão baseada em algo morto? Sim! Não percebemos, mas a todo momento algo ganha vida e outras morrem dentro de nós, seja em nosso físico ou mental. Tudo um dia vai ter fim, e essa verdade é imutável. Mas, pense o quanto cada dia pode ser um nascimento, um recomeço! A dica é básica e difícil: Tente ser mais consciente e presente nas ações de sua vida, desta forma vai estar pronto para ver a vida como ela é.